I'm from Brazil and I'm new here. I really found very interesting this post. Because it's a common sense, here, in Brazil, that Paulo Coelho is a terrible writer. And he really doesn't know how to write a book in his own language. And most of people agree that foreign readers really like Paulo Coelho's books only 'cause the translation service that is pretty good related to the things that he writes in portuguese. And about Raul Seixas, Paulo Coelho has changed a lot. He used to be an atheist, involving with drugs in his early days, but now it's completely the opposite. ps. sorry about my bad english.
Melodydel, thank you so much for your comments. I must admit that Paulo Coelho's Portugues
é bem ruim and that he's clumsy on his use of prepositions and conjunctions, but I must give him credit for copying better writers, and at least in many sections of O Alquimista, for writing sentences that are kinda beautiful:
Caminhou sem destino por algum tempo, mantendo as tamareiras do oásis ao alcance de seus olhos. Escutava o vento, e sentia as pedras sob seus pés. Às vezes encontrava alguma concha, e sabia que aquele deserto, num tempo remoto, havia sido um grande mar. Depois sentou-se numa pedra e deixou-se hipnotizar pelo horizonte que existia na sua frente. Não conseguia entender o Amor sem o sentimento de posse; mas Fátima era uma mulher do deserto, e se alguém podia lhe ensinar isto, era o deserto.
Ficou assim, sem pensar em nada, até que pressentiu um movimento sobre sua cabeça. Olhando para o céu, viu que eram dois gaviões, voando muito alto.
O rapaz começou a olhar os gaviões, e os desenhos que eles faziam no céu.
Parecia uma coisa desordenada, entretanto, tinham algum sentido para o rapaz. Apenas não conseguia compreender seu significado. Decidiu então que devia acompanhar com os olhos o movimento dos pássaros, e talvez pudesse ler alguma coisa. Talvez o deserto pudesse lhe explicar o amor sem posse.
Começou a sentir sono. Seu coração pediu para que não dormisse: ao invés disto, devia se entregar. “Estava penetrando na Linguagem do Mundo, e tudo nesta terra faz sentido, até mesmo o vôo de gaviões”, disse. E aproveitou para agradecer pelo fato de estar cheio de amor por uma mulher. “Quando se ama, as coisas fazem ainda mais sentido”, pensou.
De repente, um gavião deu um rápido mergulho no céu e atacou o outro.
Quando fez este movimento, o rapaz teve uma súbita e rápida visão: um exército, de espadas desembainhadas, entrando no oásis. A visão logo sumiu, mas aquilo lhe deixou sobressaltado. Havia ouvido falar das miragens, e já havia visto algumas: eram desejos que se materializavam sobre a areia do deserto. Entretanto, ele não desejava um exército invadindo o oásis.
Pensou em esquecer aquilo e voltar à sua meditação. Tentou novamente concentrar-se no deserto côr-de-rosa e nas pedras. Mas alguma coisa em seu coração não o deixava quieto.
“Siga sempre os sinais”, dissera o velho rei. E o rapaz pensou em Fátima.
Lembrou-se do que havia visto, e pressentiu que estava próximo de acontecer.
Com muita dificuldade, saiu do transe em que havia entrado. Levantou-se, e começou a caminhar em direção às tamareiras. Mais uma vez percebia as muitas linguagens das coisas: desta vez, o deserto era seguro, e o oásis se transformara em perigo.
O cameleiro estava sentado aos pés de uma tamareira, também olhando o pôr-do-sol. Viu quando o rapaz surgiu por detrás de uma das dunas.
– Um exército se aproxima – disse. – Tive uma visão.